O juiz José Ribamar Goular Heluy Júnior, da 4ª Vara do Tribunal do Juri, decidiu adiar para o dia 5 de março o juri do empresário Pedro Teles, de Barra do Corda, acusado de mandar matar um trabalhador rural que teria invadido suas terras.
O juri deveria ocorrer hoje, como divulgou semana passada o blog de Gilberto Léda, mas foi adiado por que o advogado de Teles adoeceu e os advogados dos pistoleiros não compareceram.
Pedro Teles foi acusado diretamente pelos pistoleiros Moisés Alexandre Pereira e Raimundo Pereira, de ser o mandante da execução do lavrador Miguel Pereira Araújo, o Miguelzinho.
A princípio, o processo corria na comarca de Barra do Corda, mas foi desaforado após notícias de que a formação do juri estava sendo manipulada para favorecer Pedro Teles, que é irmão do deputado estadual Rigo Teles (PV) e filho do prefeito de Barra do Corda, Manoel Mariano de Souza, o Nenzim (PV).
A notícia da suspeição do juri foi a última publicada pelo jornalista Décio Sá, em abril deste ano.
Ele publicou dois textos: um na sexta-feira, dia 20 de abril, anunciando a suspeita de fraude na escolha do juri, e outro na segunda-feira, 23, com a lista dos jurados e a relação de cada um com a família Teles. (Releia aqui)
Décio foi morto na noite deste mesmo dia, sem saber que o caso havia sido desaforado por causa das suas denúncias.
Os próprios pistoleiros pediram o desaforamento do processo, por suspeita de que o juri estava armado para absolver o suposto mandante.
A princípio, especulava-se que o juri de hoje seria adiado por causa da não localização da testemunha José Itamar Batista Pinheiro, de Pedreiras.
Mas o juiz manteve a audiência, que foi adiada por outros motivos…